terça-feira, 11 de maio de 2010

Sentimento & Gramática


Se sinto, ponho vírgula e vou ao ponto. Mas falho e com três pontinhos sinto de novo.
Tão logo me dói, como um acento agudo, cada vez que meu coração bate na solidão de uma crase à deriva.
E entre colchetes me pego de surpresa com minhas próprias reticências e apóstrofos, me deixando muda como um trema em ambigüidade.
É quando surgem dois pontinhos e me lembram o agourado sentimento. Ponto e vírgula já estou triste.
Um travessão aparece me alertando, carregado de circunflexo pesar cheio de pânico.
- Que a solidão não a devore ou a amoleça, pois ainda haverá muitos “diacríticos” pela frente.
Faltou dizer o que passou nas bordas das linhas.
Que o que fica entre parênteses é o vazio.
E dentro do parêntese que sou ainda tenho a “sorte” de me restar a bagunça.